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"A Redenção de Cam” e a tese do branqueamento no Brasil

07/10/2021

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Muitas das minhas referências - teóricas e práticas - vêm do campo da Arte. E é dela também que me conscientizo a respeito do meu lugar enquanto fotógrafa e o poder que meu trabalho carrega. A naturalização na fotografia de família é, também, uma questão histórica/cultural e precisamos estar atentas/os/es a não passarmos, através do nosso trabalho, da nossa arte, a mensagem distorcida. Nós só vamos mudar os cenários quando reconhecermos os erros e ressignificarmos o que foi feito até aqui e o que será produzido.

 

Informar é preciso.

Estudar também.

Peguei partes do texto, que vocês poderão ler completo aqui.

Por Murilo Roncolato.

 

Foto

A tela “A Redenção de Cam” e a tese do branqueamento no Brasil

Em um verbete do livro Dicionário Crítico da Pintura no Brasil (1988) dedicado ao quadro A Redenção de Cam (1895), o jornalista, crítico e professor José Roberto Teixeira era “muitíssimo bem pintada”, mas indubitavelmente também “de uma das pinturas mais reacionárias e preconceituosas da Escola Brasileira”.

A crítica carregada sobre a tela do espanhol Modesto Brocos (1852-1936), radicado no Brasil por mais de 40 anos, tem sua razão de existir.

A pintura foi feita pouco depois de declaradas a abolição da escravidão e da instituição da República no país. No caminho para um suposto progresso, o Brasil adotava a Europa branca como referência. Sua população, no entanto, pouco se assemelhava à europeia.

O negro representava, aos olhos de boa parte da intelectualidade, o passado e o atraso. Surgiram no século 19 as chamadas teorias científicas do branqueamento, propondo como solução para o problema misturar a população negra com a branca, incluindo os imigrantes europeus, geração por geração, até mudar o perfil “racial” do país, de negro a branco.

O quadro “A Redenção de Cam”, reverenciado e premiado em sua época, é considerado uma representação visual dessa tese. Literalmente no caso do médico e diretor do Museu Nacional, João Batista de Lacerda (1846-1915). No Congresso Universal das Raças, realizado em Londres, em 1911, a pintura  ilustrou um artigo de sua autoria sobre branqueamento. Ele assim descreveu a imagem: “O negro passando a branco, na terceira geração, por efeito do cruzamento de raças”.

“O contexto de difusão do mito bíblico sobre a maldição de Noé é o do início da chamada Era Moderna, quando a cristandade europeia buscava formas de justificar a escravização de habitantes do continente africano, sob o marco do cristianismo”, diz Lotierzo.

“O quadro de Brocos, ao apelar para a ideia de redenção, faz a mesma coisa. É sem dúvida uma tela racista e concordo plenamente com os autores que a definem como preconceituosa. Creio que entender como a pintura mobiliza suas ferramentas para reforçar esse tipo de argumento é importante, pois ajuda a ver como outras imagens podem fazer uso próprio das mesmas ferramentas, sinalizando caminhos de ruptura crítica frente ao racismo”.
– Tatiana Lotierzo

 

Lendo o quadro

O quadro, que “remete à imagística cristã da natividade”, mostra, da esquerda para direita, uma senhora negra, descalça sobre um chão de terra ,que ergue as mãos e os olhos aos céus ao lado de uma mulher, provavelmente sua filha, de tom de pele mais claro, que segura seu bebê, branco, no colo. E um homem branco à sua direita.

As três personagens representariam as três gerações necessárias para que o Brasil se tornasse um país branco. O homem branco à direita, ao que tudo indica, o marido da mulher ao centro e pai da criança, olha para o menino com admiração. Ele é o elo que permite o branqueamento completo dos descendentes da senhora, possivelmente escrava e, assim, a sua salvação.


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